imagem por Divulgação/Maple Bear Londrina

A educação do futuro será colaborativa e coletiva

Pensar no futuro, nas mudanças e desdobramentos que podem acontecer no mundo e em todos os seus desafios implica refletir sobre a educação do amanhã, já que a educação é o meio pelo qual podemos fazer do mundo um lugar melhor e o caminho que nos prepara para as transformações. Sugere que o que estamos fazendo agora nas escolas precisa ser pensado e exige de nós todos uma reflexão sobre como estamos conduzindo a educação de nossas crianças, que tipo de ferramentas estamos oferecendo para nossos alunos para que eles possam se desenvolver como cidadãos, como tem sido o apoio para o crescimento e aprimoramento de professores e qual tem sido o papel da escola.

Nossa reflexão vai desde olhar para as estruturas físicas de uma instituição, mas principalmente pensar sobre o conteúdo que estamos compartilhando e a forma como estamos envolvendo os alunos no processo. O futuro acena com alguns desafios e mostra que as crianças de hoje vão precisar ser pensadores mais críticos, solucionadores de problemas, inovadores, bons comunicadores, cidadãos atentos e preocupados com o planeta, aprendizes independentes e hábeis para lidar com as mídias e tecnologias da informação.

Não é pouca coisa e toda a mudança precisa começar no formato da educação atualmente. Os educadores, por exemplo, precisam ser preparados para serem mediadores do conhecimento e não somente transmissores. A educação do futuro será coletiva e colaborativa, ou seja, com projetos a serem desenvolvidos em grupos, focada no desenvolvimento de habilidades e não só no conhecimento, baseada em processos e não em conteúdo, no pensamento e raciocínio lógico para a resolução de problemas, na prática e não só na teoria, em grupos e não em indivíduos. A educação do futuro deve desenvolver um aprendizado para a vida, tornando os alunos aprendizes autônomos. A aprendizagem do amanhã é coletiva porque aprendemos com o mundo e com as pessoas que nos cerca e não isoladamente. É colaborativa, participativa e engajada.

E por que a necessidade de mudança? Porque a educação tradicional ou do século XX baseada na transmissão do conhecimento pelo professor, no indivíduo, na teoria e na memorização não é mais suficiente para preparar o aluno para os desafios presentes e futuros. Precisamos prepará-los para aprender, mais do que para repetir. Para despertar a curiosidade para que enfrente um mundo para o qual não sabemos como será.

Nessa esteira, muda o enfoque que damos ao processo de educação, mudança ainda embrionária mas que já está sendo aplicada em algumas escolas: a educação deve ser baseada em projetos, onde as crianças são guiadas a fazer profundas investigações e a buscarem respostas para tópicos de seu interesse; que incentivam o uso de diferentes habilidades pelos alunos, que aprendem a trabalhar cooperativamente e a fazer perguntas que orientem suas pesquisas, aprofundando conhecimentos, expandindo competências e desenvolvendo o pensamento crítico.

Não se trata de uma mudança fácil. A educação do futuro tem grandes desafios, a começar pela qualificação e apoio aos professores. Precisam ser treinados para também aprimorarem suas habilidades em sala de aula. Do outro lado, pais e responsáveis precisam ser os primeiros a incentivar a descoberta, críticas e estimular que os pequenos corram riscos. Só assim vão aprender. E eu não tenho dúvidas de que com mudanças, a educação do futuro pode gerar escolas mais cidadãs e indivíduos mais conscientes do seu papel no mundo. Demanda esforço de todos nós, mas é necessário.

Não sabemos como será o mundo amanhã. As alterações podem ser culturais, sociais, de linguagem, de conteúdo ou dizer respeito ao acesso à informação - um mundo sem fronteiras ou barreiras físicas. Mas podemos formar pessoas flexíveis o suficiente para viver nele e se adequar ao que vier. Autônomas para fazerem escolhas, felizes e contribuindo com o mundo de forma saudável.

Andrea Pizaia Ornellas é diretora de escola de educação infantil e ensino fundamental em Londrina

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  • Autor: Toda Rede
  • Data: 04 de julho de 2016