imagem por Foto: Ricardo Maia

Como minimizar o estresse dos pets no final do ano

O final de ano é uma época festiva, mas pode não ser muito agradável para os pets. Mudança de hábitos, viagens, temporada em hotelzinho, visitas em casa e barulhos podem deixar cães e gatos nervosos. Além disso, nesse período é comum a queima de fogos de artifício e rojões, o que aumenta ainda mais o estresse dos animais. Nesse sentido, é comum a preocupação de tutores em oferecer mais conforto e minimizar o sofrimento dos animais. O que fazer?

A médica veterinária Larissa Salles Teixeira, da Venco Saúde Animal, lembra que o importante é dar atenção ao pet e observar seu comportamento para ajudá-lo a enfrentar melhor esse período. Conhecendo o animal, é possível tomar algumas precauções, como um treino de dessensibilização. “Isso pode ser feito colocando sons no computador, diária e gradualmente, que imitem o barulho de fogos. O som deve ser aumentado e o tutor precisa se manter junto ao pet, brincando e fazendo carinho para que ele “entenda” que não há nenhum mal com aquele barulho”, recomenda Larissa.

Ainda, segundo a veterinária, é possível colocar pequenos tufos de algodão no ouvido do pet, que ajudam a abafar um pouco o som e promover maior conforto, uma vez que a audição dos animais é bem mais sensível que a dos humanos. O local em que cães e gatos ficam, alerta a profissional, também faz toda a diferença. “É necessário que o pet fique abrigado em um local seguro, fechado e sem objetos cortantes, durante o barulho dos fogos”, afirma Larissa, pontuando que cães e gatos, ao ficarem com medo, tentarão fugir e uma grande parcela das visitas ao veterinário durante essa época é justamente em decorrência de ferimentos porque tentaram escapar por janelas, portas e grades.

Outra dica importante é não prender o animal com coleira, dando preferência em colocá-lo em um cômodo fechado e seguro, pois em momentos de desespero ele pode se enforcar com a guia ou coleira. “Se possível, fique por perto do seu pet, ofereça atenção, petiscos e brinque com ele, desviando a atenção do barulho e fazendo-o entender que está tudo bem”. Conforme a veterinária da Venco, os maiores riscos para um animal durante o estresse são que ele fuja de casa ou se machuque gravemente durante uma tentativa de fuga. “Pode quebrar janelas ou portas de vidro, derrubar objetos pontiagudos, ou ainda se ferir tentando saltar grades, além da possibilidade de ficar preso em algum lugar”, adverte.

Para ajudar o animal, lembra Larissa, é preciso estar atento ao seu comportamento. Em momentos de estresse, por exemplo, cães podem uivar em excesso, ter incontinência urinária, não se alimentar ou se automutilar (mordendo sua própria pata ou cauda, causando ferimentos severos). E os gatos, acrescenta, tendem a se esconder e evitam se alimentar, podem miar ou vocalizar bastante também, mas na maioria das vezes, ficam em silêncio escondidos. “Em todas essas situações é preciso dar atenção e tentar minimizar o estresse das formas que forem possíveis”.

Larissa observa que em alguns casos, o medo e o estresse dos animais são tão grandes que os médicos veterinários podem prescrever medicações tranquilizantes que acalmem os cães e gatos. “Alguns medicamentos com ação tranquilizante deixarão o pet levemente sedado, o que garante maior tranquilidade e conforto para cães e gatos”. Porém, reforça ela, os tranquilizantes são medicamentos de controle especial e só podem ser prescritos por veterinários com notificação de receita. A medicação mais comum é à base de acepromazina, indicada tanto para animais com medo de rojões, como para os que irão viajar de carro, pois o medicamento tem ação sedativa, promovendo sonolência, além de ser antiemético, aliviando os sintomas de náuseas e vômito durante as viagens.

Larissa reforça algumas contraindicações e destaca que a acepromazina potencializa a toxicidade de alguns organofosforados e não deve ser utilizada para controlar tremores associados a envenenamento.  Além disso, não se deve administrá-la em animais epiléticos, nem para o controle de convulsões. E deve ser empregada com cautela em pets com disfunção hepática ou leucopenia. Ela afirma que antes de adotar qualquer medicamento é fundamental consultar um veterinário, que é o profissional que pode indicar o melhor tratamento e orientar os tutores no processo de deixar o animal mais calmo em dias mais movimentados e com barulhos em excesso.

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  • Autor: Toda Rede
  • Data: 12 de dezembro de 2016