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Relacionamentos amorosos na era da tecnologia

Há pouco menos de duas décadas temos observado mudanças em relação à comunicação, com a dinâmica de troca de palavras se aprimorando: ao invés de cartas utilizamos e-mails ou outras formas mais rápidas para se comunicar, como as mensagens por aplicativos. Tudo isso é reflexo da tecnologia. A comunicação, por sua vez, precisou acompanhar os avanços tecnológicos, consequentemente alterando também a forma que as pessoas expressam afeto e amor.

Hoje as palavras rapidamente são escritas e enviadas, oportunizando que a comunicação aconteça em um curto espaço de tempo. Esta economia de “tempo” acontece também com as palavras, muitas vezes substituídas pelos famosos “emoticons”, que representam estados de humor, aprovação, negação, saudações, despedidas e afeto. E como ficam os relacionamentos amorosos nesses tempos modernos?

Os namoros podem iniciar de forma virtual, a partir de redes sociais ou mesmo sites e/ou aplicativos especializados. Observamos que esses canais têm sido interessantes não só para os mais tímidos, mas também se tornou um ambiente atraente para pessoas que não se identificam com o flerte em bares e baladas, ou mesmo para adultos de meia idade. E isso funciona?

Pode funcionar! As relações também estão passando por mudanças e há muita experimentação. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman fala sobre a liquidez das relações modernas, onde nada é feito para durar, as pessoas estão se acostumando à facilidade de “desconectar-se” e rapidamente se desvencilharem umas das outras.

Para que funcione, porém, é importante que o investimento em conhecer o outro não seja feito pela metade ou de forma pouco tolerante e volátil. Hoje identificamos, principalmente nos mais jovens, imediatismo e busca por prazeres momentâneos, talvez já em consequência desta liquidez que vivemos. É como se as pessoas já tivessem que vir prontas apenas para se encaixarem aos nossos moldes, sendo proibidas de frustrar nossas expectativas, quando na realidade precisamos ajudar o outro a superar suas próprias dificuldades, resultando então em algo positivo para a relação que se constrói.

As relações de qualidade são compostas por sentimentos mais profundos de companheirismo e cumplicidade, sendo acompanhadas por respeito, amor, compatibilidade, flexibilidade e tolerância. Quanto menos tolerantes, menos investimos e lapidamos nossas relações.

A tecnologia pode favorecer os encontros, mas a permanência, e qualidade, da relação só pode ser mantida com as trocas positivas e tolerantes que se faz.

Por Natália Mendes Ferrer, do Núcleo Evoluir

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  • Autor: Toda Rede
  • Data: 12 de junho de 2017