imagem por Foto: Erika Zanon

Empresas também podem aprender

Boas ideias nem sempre concretizadas, projetos importantes abandonados ou esquecidos e empresas criadas com grande entusiasmo cujo fim chega precocemente. Situações como estas são comuns no dia a dia do universo corporativo e podem resultar da dificuldade que as companhias têm de aprender novas habilidades. Como transformar o ambiente de uma empresa em um ambiente de aprendizagem será o tema do curso que o engenheiro agrônomo e presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro), Antônio Carlos Rodrigues da Silva, ministra no dia 30 de setembro, das 14 às 17 horas, no Centro de Difusão de Tecnologia do Iapar.

Para Silva, as empresas mais propícias à aprendizagem são aquelas em que as pessoas se sentem livres e participativas. “Empresas abertas à difusão do conhecimento permitem o exercício constante e simultâneo das cincos disciplinas da aprendizagem”, enfatiza, lembrando que as disciplinas referem-se a buscar constantemente objetivos comuns; entender e, se necessário, rever os modelos mentais que dificultam atingir os objetivos comuns; aprender com o coletivo; exercer a maestria pessoal reconhecendo que cada um de nós está sempre fazendo a diferença; e pensar sistemicamente e estrategicamente, ou seja, pensar o todo e pensar futuro.

Para atingir esse estágio e proporcionar um ambiente de aprendizagem a líderes e colaboradores, Silva destaca que, em primeiro lugar, a missão da organização deve estar clara para todos e tornar-se um desafio para cada um em particular. Além disso, devem ter uma cultura composta pelas verdades que permeiam cada organização e que orientam os processos decisórios. “Se eu acredito que o objetivo maior da empresa é obter lucro, minhas ações serão orientadas por esta premissa. No entanto, se acredito que lucro é obrigação e não o objetivo principal, eu tenho que achar outra razão para o existir da empresa onde estou. E, o coletivo, se acionado, sabe a resposta”, afirma, lembrando que o coletivo somente responde quando os objetivos da empresa estão claramente colocados e o sucesso em alcançá-los depende da atuação de cada um.

Aprender depende também de autoconhecimento, o que significa reconhecer que é possível fazer a diferença para o bem ou para o mal. “Todos temos um potencial a ser desenvolvido. Aprender nem sempre significa adquirir mais informação, mas expandir a capacidade de produzir os resultados que realmente queremos da vida”, pondera.

Por fim, Silva destaca que a maioria das organizações não permite que seus integrantes pensem o futuro da empresa ou mesmo tenham uma visão do todo.   “Os dirigentes acreditam que se cada um fizer bem a sua parte no final dará tudo certo. Ou ainda, acreditam que apenas eles, os superiores, devem pensar”, afirma. Aos demais caberia trabalhar, ou seja, fazer apenas o que os chefes mandam. O risco desta total falta de crença no coletivo é que as pessoas ficam sem visão estratégica. “Suas capacidades de contribuir para atingir os objetivos e metas são cada vez mais limitadas”, alerta.

Pensar estrategicamente é função de todos principalmente quando os objetivos a serem perseguidos são desafios para cada um. Por isso, para o engenheiro agrônomo, melhores conceitos de organização dependem mais de persuasão que de poder. “A cooperação tem que se sobrepor à coerção, assim como a liberdade sobre a tirania”, diz.

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  • Autor: Toda Rede
  • Data: 28 de setembro de 2016